terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Meu ultimo adeus


Num sono profundo ela se encontra, fabricando histórias pra trazer ao mundo cinza um pouco mais de cor, um pouco mais de si. Não sabe-se dizer quando sonha e quando vive, a ponto de viver sonhando. Ver Alice sonâmbula me da vontade de gritar, mas todos sabem que não se deve acordar um sonâmbulo. Assim, alimentamos seu descanso com livros e contos de fadas para que viva feliz para sempre, ou até que acorde...
Algo que Alice deixa em letras miúdas é a verdadeira razão de seu sono. A adaga que transpassa seu peito se torna mais dócil que sua vida sem sonhos entorpecentes. Se veste de personagens, lê para que não sinta dor, na espera de uma breve reminiscência da ferida pulsante. Soterrada por frases feitas deve morrer na feliz ilusão de um mundo bom. Então Alice morre para viver seu sonho? Seja como for, sua angustia se encerra por aqui, não deseja mais suas mentiras sem mais prolongar sua vida. Meu anjo caido se mostra real aos olhos mundanos. Sem mais entorpecentes, desfalecendo o pudor e santidade e se agregando ao profano e pecador. Ao lembrar-se da adaga que transpassa seu peito, arranca sem dó, com o esboço de um sorriso masoquista e seus gemidos inefáveis de dor ecoando nas salas vazias do seu ser.
Seus olhos tornaram-se mais uma vez opacos à reluzente aura que emana de si. Liberta de um corpo fétidamente corrompido, Alice se levanta para o dia amanhecido. Sem mais tragédias ou escândalos, um dia ordinário sem mais nuances de cor. Sem o negro ou o colorido, sem o amor ou o ódio, sem o certo ou errado. Alice não vive mais sonho e pesadelo, é apenas indiferente á vida. E assim pode-se dizer em voz alta, sem mais temer. Adeus amar, adeus sofrer...


-Liesel Meminger

Desencontro

Após alguns meses sem posts, voltamos finalmente a oferecer algum tipo de material a você. Mas terei que deixar você, durante uma semana, apenas nas mãos de minha amiga Liesel. Estarei levando alimento cultural e inutilidades a outros pontos do país. Vou levar comigo papel e caneta, escrevendo sobre as coisas que eu possa encontrar por lá.

Acredite, deixo você em boas mãos.


Little Miss Sunshine

Ao cair da chuva

"Ela admirava as gotículas de chuva baterem contra o vidro com tanta reverência! Como se aqueles pedacinhos de água fossem a coisa mais preciosa do mundo. “Elas caem do céu, algo que vem de um lugar tão distante e apesar de tudo continua tão belo, merece respeito, não merece?” Me respondeu depois quando a interroguei sobre sua fixação por uma coisa tão mundana quanto a chuva. Ela também amava o céu. Mas não mais do que amava suas gotinhas preciosas. Não, ela não dava preferência entre seus amores. Nem os prendia para si. Compartilhava com o mundo. Henrietta me deixou curioso desde o começo, se deixou. Ela não era igual a nada nesse mundo,e ao mesmo tempo ela era tudo. Como se cada gota e cada flor estivesse presente no seu ser.


- O céu está tão bonito! – Foi a primeira coisa que me disse. Talvez não tenha me dito exatamente. Acho presunçoso da minha parte assumir que esse belo suspiro maravilhado não aconteceria sem a minha presença. Ela foi e sempre será pra mim como um acontecimento da natureza.

- Está nublado, não dá para ver nada. – Respondi nada perceptivo. O céu nublado não era nada bonito pra mim. Mas para ela era. Para Henrietta todo céu era belo de seu próprio jeito.

- Essa é a parte boa, deixa sua imaginação correr solta. – Respondeu inocentemente, sem saber que acabara de me deixar boquiaberto. E foi bem ai, nessa afirmação inofensiva que eu percebi que assim como todos os elementos da natureza, meu coração pertencia a Henrietta."


- Alice Liddell

formspring.me

Ask me anything http://formspring.me/abandonadosecia

Permita-se

De nada adianta,
Não resolverá tudo sozinho.
É preciso que o tempo seja seu amigo,
Que ele te ajude a pôr ordem nessa bagunça
É necessária a sabedoria ao seu lado,
Para que a coisa certa seja feita
É vital o sentimento dentro de você,
Te permitindo ser feliz



-Little Miss Sunshine

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

sonho

Aguardarei a eternidade chegar para te ver, por mais que tenha escolhido fugir de si, infeliz insano, eu aguardarei. Correu atrás de sonhos que te devoraram e assim, quem se deixa sonhar com você também padece. Me empenho, porém, em ignorar o fato de me ver tanto em você. Homem fraco, profunda sombra do infantil desgosto que foi achar que já te tive. Ainda lembro, te perdi quando me fiz volúvel ás suas mentiras e supostos finais felizes. Ainda espero o rancor esmaecer diante da imbecil esperança que insiste em tornar o impossível algo são - deixar de te amar.

- Liesel Meminger

Dried up

"You told me once, that I would never find anything as perfect as the sky, but where's it's meaning without those heavenly waterdrops? These are destined to be the tears we insist in keeping in our hearts. And as we grow colder, mercyfull sky, you shall be forever bound to cry for all of us who can't."

- Liesel Meminger

domingo, 27 de dezembro de 2009

revelações matutinas

Por tanto tempo eu me tranquei no meu quarto, que cheguei a esquecer da existência das janelas. Dias que eram noites na falsa ilusão das lâmpadas incandescentes que já não aglomeram mais bichinhos de luz. Pobres bichinhos, fixam seus olhos no irreal e esquecem de viver. Vivem em função dessa luz que uma hora os consome. Mas algo me chamava a atenção, mais do que a filosofia de vida dos bichinhos até, era aquela janela. Ordinária, que deixaria de se abrir por causa do medo de um sopro de vento, que desconcertasse o quarto todo. Janela que não deixa a luz entrar, que prefere viver com lâmpadas do que com o sol. Janela que faz todo dia ser noite pelo receio do meu rosto ser banhado pelos raios de sol. Mas eu sei que lá fora é noite também, deve ser...Tem que ser. A angustia se apoderou de mim, maldita angustia! Na vã espera de um rastro de luz meço cada centímetro da janela, deve conter alguma falha. Imbecil desespero por uma carícia do possível vento.
Bastou que eu a tocasse da maneira certa, ela assim se abre. Raios de luz cegam os meus olhos antes vendados e a brisa leve da manhã conforta meu colo, me segura em teus braços e me diz que tudo vai ficar bem. Assombro para mim, que cheguei a acreditar que o sol havia sido roubado pelo amor...

- Liesel Meminger

e a fome?

"Me alimento de livros, um por vez,
tentando encontrar um pouco de mim em cada um.
é como um quebra-cabeças entende? Mas sempre me falta
uma peça, a qual só encontrarei em mim."

- Liesel Meminger

sábado, 26 de dezembro de 2009

welcome back

Queridos blogueiros, viemos pedir desculpas pela ausência de posts, porém, esse ano que vem deve satisfazer todos os gostos, dos mais variados já que temos carne fresca em nossas mãos. Novos escritores e fotógrafos dispostos a saciar nosso intelecto.
Meus queridos, desejamos que tenham um ano novo cheio de amores, surpresas, desejos, sonhos e abandonados e cia. Que o papai noel tenha vindo com o saco cheio de presentes e não da gente.
Boas festas,
Abandonados & Cia